quarta-feira, 30 de junho de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vamos todos ficar a pé


«If a path to the better there be,

it begins with a full look at the worst.»
Thomas Hardy, 1887


Caminhamos a passos largos para o fim da Era do petróleo, mas as massas não parecem estar suficiente alerta para este problema, que já existe, mas que vai tomar uma expressão inigualável num futuro próximo.

Somos totalmente dependentes do petróleo e de tudo o que ele nos proporciona, e não existem soluções alternativas que pertimam continuar a viver do modo que vivemos actualmente.

É importante começar a criar novos hábitos diários, porque no futuro ter carro e fazer uso dele vai ser um luxo só acessível a uma pequena minoria.
O acesso a alimentos vai ser cada vez mais escasso, e a produção individual irá tornar-se a única forma de subsistência. Cada um come aquilo que produz, e não aquilo que alguém, algures na China, empacotou.
A vida nas grandes cidades vai tornar-se caótica e as populações vão passar a concentrar-se em pequenas localidades. As relações de vizinhança intensificar-se-ão, os mercados locais irão garantir as necessidades básicas das populações e a mãe natureza voltará a ser respeitada.
Avizinha-se o fim da era da abundância e do desperdício globalizado.
No final de contas, nem tudo são más notícias!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
-Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter,
esse medo de ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.
Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
(...)
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão ampla dos acontecimentos (...)
e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo estático,
e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
infantil de ter pequenas coragens.
Vinicius de Moraes




Adoro este poema...e ele sempre me fez lembrar de ti. Do teu coração prestes a explodir de tanto amor que tem para dar, e do que ele é capaz de fazer em outros corações.
Pelo homem fantástico que tu és...nunca desistas de ser feliz.
A felicidade existe e, por mais que tarde, dá sempre o ar da sua graça.
Guarda tudo o que tens de bom dentro de ti, e partilha-o...mas nunca o percas!
Que dentro de ti permaneça sempre essa pequenina luz indecifrável, que tu tens como ninguém!



Incrível...